O segredo é, de todas as coisas da vida, o elemento que tem a vida mais curta. Tão curta que quase não faz sentido chamar-lhe segredo. Não é segredo o que guardamos só para nós. O que guardamos só para nós terá outro nome, igualmente romântico e profundo e importante, mas não é um segredo. Um segredo, para ser segredo, tem que ser partilhado, confiado a alguém. A alguém que se compromete a não o partilhar com mais ninguém. É como se o segredo, para existir, precisasse do medo de poder ser quebrado. Quase como o amor. Não há amor verdadeiro sem esse verdadeiro medo de o perder.
Não é a informação partilhada que torna o segredo valioso. É a pessoa com quem ele é partilhado. É quem o ouve que o valida, que lhe confere importância. Um segredo quebrado é como um amor que não resultou, que falhou. Se o segredo não for quebrado, se for guardado, acarinhado, protegido, é como um amor que dura a vida inteira. Mesmo que não se veja. E o que é realmente importante raras vezes é visível por fora.
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