terça-feira, julho 07, 2009

Miguel Sousa Tavares: "No teu deserto"


Miguel Sousa Tavares (MST) é o único homem a escrever em Portugal que podia escrever mal. Se quisesse. Se não soubesse escrever bem. Podia contar histórias menos bem conseguidas desencantadas em lugares recônditos do planeta, podia plagiar escandalosamente o Hemingway, o Eliot ou o Coetzee, podia escrever 600 - ou 1600! - páginas só com episódios do século XIX, podia reincidir em erros históricos ou mesmo de ortografia, podia degladiar-se com o Vasco Pulido Valente (ou com o José Manuel Fernandes, whatever!), cada um com a sua capa e a sua espada, e perder. Tudo continuaria igual entre nós. Nada mudaria a nossa relação escritor-leitor. Eu continuaria a comprar os livros todos dele e a lê-los. E provavelmente continuaria a aguardar, impaciente, o lançamento de cada novo livro como os adolescentes aguardam a edição de mais um Harry Potter. "No teu deserto", que ele define como um quase-romance, chegou hoje ao mercado - e cá a casa.

José Saramago e António Lobo Antunes não podiam escrever mal. Têm que escrever bem, mesmo muito, muito bem. São obrigados a isso. Caso contrário, como seria possível amá-los com aquela selvagem planta de arrogância que alimentam com o mesmo vigor com que MST - e bem, há que dizê-lo -, deixou crescer a barba? Um leitor não precisa só de respeitar o escritor que lê; precisa de o amar - eu preciso, pelo menos. A José Luís Peixoto também não seria permitido escrever mal. Com aquele ar de vocalista de banda gótica, mesmo que o lêssemos - e lemos sempre -, no conservador meio literário, ninguém o levaria a sério. E um escritor precisa de ser levado a sério. Caso contrário, o "Morreste-me", inicialmente publicado numa edição de autor, nunca nos chegaria às mãos. E sem esse, não viriam os outros. E teríamos ficado todos a perder. Rodrigo Guedes de Carvalho, que também devoramos a cada nova publicação, não tem só que escrever bem, tem que escrever superiormente bem. Primeiro, para provar que não copia Lobo Antunes, que Lobo Antunes até poderá ser uma inspiração, mas que não é mais do que isso. Segundo, para que possamos esquecer-nos do Rodrigo Guedes de Carvalho, pivot de televisão, que nos faz sentir que está quase sempre zangado com o mundo. Nos livros, é o exacto oposto.

Podia desbobinar aqui uma série de autores portugueses - da velha guarda, da nova geração, escritores-escritores, escritores-jornalistas, etc - que por uma ou outra razão não poderiam escrever mal. Mas não me apetece. MST podia escrever mal. É assim. É o único. Porque tem aquele irresistível mau feitio que funciona mais como íman do que como repelente. Porque não é um alinhado, sem ser um desses insuportáveis desalinhados freaks. Porque ama absolutamente o Alentejo e quem não se rende de forma absoluta ao Alentejo não merece saber que o Alentejo existe. Porque é filho de Sophia de Mello Breyner e a poesia é, só pode ser, uma virtude que vem amarrada ao sangue. Porque odeia o facebook e o twitter. Porque e porque e porque. E porque - não há eufemismo para isto - é terrivelmente bonito. E se há casos em que é possível abstrairmo-nos da beleza, este não é definitivamente um desses casos. De qualquer forma, MST não escreve mal. Au contraire. Escreve como quem fala, mas não escreve como fala quando fala na televisão. Escreve como fala em alturas que porventura nunca o ouvimos falar. E leva-nos nessa forma escrita de falar, nessa estória, seja que estória for - do romance, da crónica ou da reportagem - e não nos larga, não nos perde, não nos deixa cair. Ou fugir.

A crítica do DN a "No teu Deserto" publicada anteontem, acaba a dizer que o livro, umas magras 125 páginas, será um "maná para a legião de fãs femininas" de MST. A etiqueta é um bocadinho irritante. É como se gostar de alguém eliminasse automaticamente a capacidade de o avaliar. Ou como se, por causa disso, desse gostar, a ausência de crítica destrutiva fosse batota. Ou como se, por ser uma história de amor (o que era Equador se não, também, uma história de amor?), as histórias de amor fossem terreno exclusivo do mulherio. Exclusivo e movediço, onde os homens não ousam colocar os pés, quanto mais os olhos.

Li "No teu deserto" com a mesma sofreguidão com que li "O animal Moribundo" de Philip Roth - de uma penada só. E também, de alguma forma, justa ou injustamente, com essa história na cabeça. A diferença de idades entre o homem e a mulher (mais de 30 em Roth; 15 em MST), a separação tácita entre quem ensina e quem aprende, entre quem fala e quem cala, a carga erótica (mais em Roth, é óbvio), o silêncio, o prenúncio de morte, o final. Há frases de um que poderiam estar no livro do outro. ("A grande partida biológica que nos pregam é que nos tornamos íntimos antes de sabermos alguma coisa acerca da outra pessoa", disse Roth - podia estar neste livro de MST. "O tom de menina habituada a ser bem tratada com que pedia «dás-me lume?», ou me levavam ao engano ou à felicidade, que as duas são coisas que andam frequentemente confundidas", disse MST - podia estar no livro de Roth) Mas li-o também com "Romeu e Julieta" de Shakespeare na cabeça: a saber, desde o início, que Julieta (Cláudia para MST) morre, mas a desejar que por um qualquer insondável milagre, a última frase se altere e ela não tenha mesmo morrido.

E se o livro é realmente um romance, ou quase, o melhor romance é aquele que nos põe lá dentro - e este põe. Que faz doer, se é para doer. E faz rir quando é para rir. Se é um livro de viagens, o melhor livro de viagens é aquele que nos leva na viagem. E este leva. Deixa-nos com areia nos olhos, com pó no corpo, com os ouvidos tapados das alturas, extenuados das horas a fio dentro de um jeep, com fome, com frio, com medo. Com um nó. Deixa-nos especados a olhar para as estrelas. E depois, com a terrível sensação de que acabou muito depressa.

"No teu deserto" é uma carta a quatro mãos, a duas vozes, uma carta sobre o que se não disse numa viagem de 40 dias ao deserto, porque em 1987, ano daquela história, vingava a ideia de que "se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer". Como não disseram, escreveram. Vinte anos depois. Mas Claudia entretanto morreu, e como 20 anos é muito tempo, as cartas, dele e dela, chegaram tarde demais. Talvez nem tivesse havido livro, se não tivesse sido tarde. E não, não se trata de uma compilação de cartas na verdadeira acepção da correspondência, com princípio, meio e fim. São cartas-pedaços, cartas-coisas que se sentiram e ainda sentem. É a carta que testemunha e viagem da qual ele "nunca mais regressará". Nem ela.

E é quase tudo novo neste livro de MST. Pela primeira vez, ele arrisca ser a voz feminina de alguém. Pela primeira vez, escreve um livro autobiográfico - todo ou em parte. Pela primeira vez, está ali a escrever sem medir e sem pesar as palavras. Pela primeira vez, não é preciso separar a voz do narrador da do autor, porque ela é a mesma. "No teu deserto" é absurdamente simples, tão simples que dificilmente podia ser mais bonito. Eu, claro, chorei no fim.

47 comentários:

  1. Eu tambem gostei do livro,sinceramente adoro viajar com os seus livros,isto é ,apanho boleia,e aí vou eu pelo deserto aos saltos,cheia de pó,,
    gostei muito de sul,li 3 vezes,e espero voltar a viajar nesse livro.
    No Teu Deserto,é uma história ligeira,tem adrenalina,sentido de humor,mas sobretudo um
    sentimento profundo de nostalgia...
    ATÉ SEMPRE
    MARIA FERREIRA.

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  2. Ah, também li o livro de uma penada só. Muito bonito, muito livre. Com momentos empolgantes e muito divertidos, muito reais, daquelas coisas que acontecem mesmo assim no ridículo das viagens quase impossíveis. E outras passagens tristes, não sei se tristes, mas com qualquer coisa de perda. A vida não é como nos filmes, não encerra em círculo como as narrativas século XIX. Não há pistas e não há conclusões. Há a memória do que foi e do que podia ter sido.

    Ando para escrever qualquer coisa sobre este livro. Não li a crítica do DN mas não me surpreende. Continuo a achar o Equador um grande livro, não perfeito, mas muito belo. Acho muito infelizes as críticas, que na altura se fizeram, pelos da especialidade. Divertiam-se a reduzir o livro a umas cenas eróticas com um personagem que era um alter-ego de MST. E tudo o que naquele livro está de portugalidade, do que somos nós ainda hoje, e do que fizemos pelo mundo, no bom e no mau... A tudo isso foi a crítica alheia. Pergunto-me, eu não sou crítico de nada... mas, não viram, não perceberam. Disse o Munari que cada um vê aquilo que sabe. E realmente há quem veja muito pouco.

    Concluir apenas com a recomendação de ler, ou reler, a última crónica do "Sul", que regista exactamente a viagem da Pista para Tamanrasset. Cláudia está lá, nas entrelinhas, e vou jurar numa das fotografias. "No teu deserto" encerra essa bela, terrível, inesquecível viagem.

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  3. A melhor critica que li sobre o livro e simplesmente fiquei mais curiosa. Adoro o senhor. Obrigada :) E a critica está muitissimo bem escrita.

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  4. bem, com palavras destas deixas-me com vontade de ler o livro, e também todo o teu blog..

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  5. Achei este romance simplesmente surpreendente.
    Muito belo, muito nostálgico, de fazer doer o coração.
    É surpreendente porque MST revela uma faceta de sensibilidade que esconde todos os dias.
    É uma história bonita e triste.

    Se calhar tudo o que é belo tem que ser triste.

    Ah, também fiquei com os olhos molhados

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  6. Também adorei este livro, mas diz-me uma coisa, qual foi a tua interpretação dos excertos em que supostamente é a Cláudia a falar? Pelo menos é a visão dela que nos é dada a conhecer.
    Lembro-me do excerto em que o MST diz que estava completamente esgotado e se vai deitar na tenda e fica com a ideia de que a Cláudia quando se deitou se agarrou a ele. De seguida o próximo excerto começa como algo do genero:"Agarrei-me sim" Qualquer coisa assim, em que é a Cláudia a mostrar a visão dela da situação.

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  7. CLARO QUE SE AGARROU A ELE ,E ELE A ELA,POR ISSO É QUE ELE DIZ «QUASE ROMANCE»,PORQUE O
    RESTO NÃO SABEMOS E SE SOUBESSEMOS,CHAMAR-SE-ÍA
    «ROMANCE»,NÃ ACHA?
    E NAQUELE DESERTO,SEM MAIS NINGUEM,É CLARO...
    DE
    MARIA FERREIRA

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  8. É curioso ler, no livro "SUL", a descrição desta mesma viagem, aí numa perspectiva totalmente diferente.
    Mesmo assim, Cláudia lá aparece...

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  9. "-Claúdia, não precisas de falar só porque vamos calados. A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio".

    O livro tem muitas frases que ficam...É apaixonante e lê-se de uma só vez...Chegamos ao fim e pedimos mais!

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  10. MST é sem dúvida um Senhor. Amo tudo o que escreve, a simplicidade com que o faz e a forma fácil de se fazer entender. Li " No teu deserto" de uma vez só. Identifiquei-me muito com a hitória,embora ninguém tivesse morrido no fim, também eu já me apaixonei no deserto de África. Perdidamente... Parece que lá vemos as coisas com outros olhos e sentimos de outra maneira. Quero aqui prestar a minha homenagem a este ícone, provavelmente o maior escritor de sempre da literatura portuguesa.
    Um bem haja ao Miguel, à beleza e à simplicidade deste último livro.
    Queremos mais livros ! Finos, para ler ao serão e dos gordos para uma semana de férias.

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  11. Decepcionou-me, justamente devido às expectativas. Aquela perspectiva da Cláudia não pega muito bem, acaba por funcionar como espelho do protagonista, ela não fala nada de si, só massaja o ego do "grande jornalista"... Venham mais livros, sim, mas dos bons!

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  12. ‘No teu deserto’, de Miguel Sousa Tavares, é uma decepção. Decepciona a escrita descuidada que irremediavelmente banaliza a história. Pensará MST que optar por um ‘estilo literário’ descurado o aproxima da ‘simplicidade da escrita’ ou do leitor? Decepciona a descrição estereotipada da figura e natureza femininas e a visão primária do relacionamento entre homem e mulher. Pior, é MST se ter servido da voz de Cláudia, que não é um personagem ficcional e já não pode refutar as palavras supostamente suas, para um exercício ególatra de confrangedora autopromoção. Decepção e incredulidade...
    M. R. Barros

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  13. AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

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  14. Claro que é uma visão de MST.
    Nós sabemos que as palavras de Cláudia são a projecção da personalidade de MST.
    Alguém pensou o contrário?

    Há que ler o livro numa perspectiva global

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  15. " No teu Deserto" salvou-me deste ano terrível.
    Não vá para o Brasil, precisamos de pessoas como você em Portugal.

    Obrigado

    Helena Vallis

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  16. No teu deserto... a mim pareceu-me uma catarse, uma saudade... lembra-nos mais uma vez que tudo é irrepetivel e as pesoas que amamos são insubstituiveis...ficará lá sempre um bocadinho só para elas, um espaço que nunca mais ninguém ocupará! Obrigado Miguel por abrires o teu coração e nos fazeres sentir a todos mais humanos e ... mais atentaos aos que amamos, a amá-los com sofreguidão...um dia podem desaparecer e depois é tarde, fiva a saudade e falta das palavras que não foram ditas...
    Para quem, como eu, leu a grande reportagem com sofreguidão na juventude, aproveito para agradecer ao MST, que saudades de uma revista assim, livre e que me fazia sonhar e ver o mundo de forma irreverente!

    pedro bizarro

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  17. Obrigada por me ter dado a possibilidade e o prazer de ler um livro tão forte,e tão intenso que algo em mim mudou hoje.
    Há muito tempo que não lia nada que me tivesse perturbado tanto. Obrigada por o ter escrito...

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  18. Simples ou não,com escrita descuidada ou não,as emoções estão lá.o sonho quase inalcançável,as peripécias multiplas e imprevisiveis de uma aventura África abaixo,o relacionamento instintivo homem-mulher,(visão primária do relacionamento homem-mulher)?...
    caramba,nem tudo tem que ser elaborado,o improviso tem de ter lugar de alguma forma,para mim,que o mais parecido com deserto que conheço,é uma praia deserta,fez-me sonhar,e a Claudia meu Deus,com deveria ser interessante,só ultrapassavel pelas "Claudias" que cruzaram a nossa vida...gostei!!...
    Paulo

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  19. Gostei muito do comentário da Helena ao novo livro do MST. Gostei particularmente da frase: "Escreve como fala em alturas que porventura nunca o ouvimos falar". Esta frase penso que descreve muito bem aquilo que é a escrita do Miguel.
    Em relação ao livro "No teu deserto", só posso dizer duas coisas: Partilho com o Miguel a paixão pelo deserto, que não dispenso quando posso, e partilhei também, uma "paixão" pela Cláudia, cuja companhia , infelizmente e de forma trágica, deixámos, os amigos, de poder contar há vinte anos.
    Até sempre Cláudia e...mais uma vez soubeste surpreender. Tantos anos depois, O MST escreveu um livro, um livro inteirinho sobre ti. Saudades amiga.

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  20. Não há direito amiga !
    Isto é uma injustiça !
    O teu texto é uma injustiça!
    Tiraste-me da boca quase tudo que queria ser eu a dizer sobre o MST !
    Fiquei lixado contigo! palavra que fiquei !
    antecipaste-te !
    bj
    Humberto Baião - Évora
    http://pt.netlog.com/humbertobaiao

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  21. Li hoje "No Teu Deserto". Achei-o simples e simplesmente genial e mágico. Ainda não li o "Sul" mas fiquei curiosa ao ler aqui que esta viagem é lá reportada e retratada. Adorei o comentário de "um" anónimo a 19 de Agosto, alguém que,pelo que consta, partilhou as mesmas paixões descritas.
    E o comentário de 24 de Julho? Tem lógica? Claro que o MST não é Cláudia, mas todos os leitores têm noção (penso eu) que a personagem não é ficcional, assim como as palvras não são dela. Mas bem poderiam ser. Não saberemos.Mas, não esqueçamos que é um "quase romance".

    Adorei: "Vinte anos. (...) Só ontem é que percebi que tinhas morrido"

    AnaLouro

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  22. "Vinte anos. Só ontem é que percebi que tinhas morrido"

    LINDO LINDO LINDO!

    Amei este livro, mas a curiosidade fica...afinal como faleceu a Cláudia? Não merecia, o final acba por ser bastante triste, também eu chorei.

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  23. Uma viagem em que me permiti Ser. Resumidamente, foi isto que retirei do livro. Quer o MST, quer a Cláudia foram naquela viagem. Momento mágico compartilhado por ambos.
    Quando se É, torna-se inesquecível qualquer momento e fica para sempre guardado na nossa memória.
    MPM

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  24. É "magrinho" o livro de MST, por isso ainda não o comprei. Prefiro um livro que me acompanhe e me deixe nas nuvens durante dias... mas após ter lido as vossas palavras, não tenho como escapar. Vou comprá-lo.

    Gabriela

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  25. Muito se poderia dizer acerca deste " quase romance" e de MST, contudo prefiro dizer...absolutamente simples e de uma emoção assustadora.
    E já agora, não é um " livrinho" só para mulheres. è um excelente livro para quem aprecia a vida tal e qual nos se apresenta.
    Todos diferentes mas todos iguais, são assim os livros deste grande escritor em relação á emoção, sentimentos e ás coisas mais simples da vida.
    Obrigado MST

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  26. confesso que foi o primeiro livro que li do escrotor mas nao me arrependi nem um pouco.. foi fantastico.. eu entrei naquela viagem com eles.. senti me la.. e chorei, chorei como uma menina a ver o Romeu e a Julieta..escusado sera dizer que adorei o livro!!

    simplesmente emocionante!!

    devorei cada pagina como se de isso dependesse a minha vida.. nao consegu parar de ler.. e li o todo numa noite.. noite de insonias cuja minha unica companhia foi esta aventura pelo deserto..

    e guarda-lo-ei para lê-lo sempre que a saudade me bater a porta!!

    encontrei frases lindas, mágicas.. que no fundo caracterizam as nossas vidas.

    ninguem conseguiu ficar indifrente a este "quase romance" e continuarei a ler livros de Miguel Sousa Tavares!

    fica esta frase no ar.. "Vinte anos. Só ontem é que percebi que tinhas morrido"

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  27. Não retiro uma única palavra sua...simplesmente amei "No Teu Deserto", uma história simples, tão simples quanto o sentimento que apercebe-se que MST o escreveu.
    Um livro que tive uma diversidade de sentimentos, ri, lembrei-me de alguém, chorei e devorei cada palavra.
    Gosto imenso de tudo que escreve, de tudo que fala, das entrevistas dadas, exactamente por ser directo, franco e muito seguro de si.
    Luciana.

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  28. maravilhoso, simplesmente perfeito, quando acabamos de ler voltamos lá, a pedir só mais um bocadinho.
    Adorei...

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  29. O livro é péssimo, além de reducionista e preconceituoso com os árabes e com as mulheres. o pior livro de MST. Visão mais colonialista impossível.
    Joanne

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  30. gostava tanto de lê-lo !
    só dei uma vista de olhos em algumas das paginas,enquanto a minha mae fazia compras no Modelo.
    Parece-me ser muito intressante,visto os comentarios nesta pagina de entrenet.
    -prometo deixar aqui tambem o meu comentario,um dia, quando lê-lo.

    Cinl.*

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  31. foi-me oferecido o livro neste Natal, por uma pessoa especial com kem troco olhares e tb existe silencio entre nós... acabei de o ler e adorei destaca o olhar e o silencio acho k eles viveram uma paixão silenciosa no meio do deserto e entendiam-se muito bem só apenas por um olhar...Parabéns MST

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  32. Acabei agora mesmo de ler o livro, e é surpreendente! Revela muita emoção, e conseguio me prender nesta viagem magnifica, de travar o coraçao. Como que se quase que por um simples gesto o que não acontecera, acontecesse então.
    História solitária, triste, um pouco desprezada, mas decididamente apaixonada!
    Adorei!

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  33. Li este livro de MST. Para ser sincera, estava à espera de mais, até porque estava tão empolgada para ler. Visto que MST é um escritor e jornalista de renome, pensei que a sua escrita, neste caso, autobiográfica, seria muito melhor do que naquilo é. No geral, a história é bonita. Ele assume pela primeira vez a voz feminina, mas deixa muito aquém.As palavras, todas elas o mais simples possíveis, não me deram imaginação. Mas eu gosto de livros que me puxem pela criatividade e imaginação. No fundo, acho que qualquer pessoa poderia escrever o que ele escreveu ali. Não digo que odiei lê-lo mas certamente, não me deu muito gosto. Mas pronto, lê-se.

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  34. Este "quase romance" do MST decepciona (ao contrário dos anteriores livros publicados, diga-se). Convém ter presente que o livro é autobiográfico. E, sendo autobiográfico, o autor, não deveria pôr palavras na boca de "Cláudia", para massajar o seu próprio ego (como alguém diz acima). Se reproduz cartas que a Cláudia lhe tenha dirigido (o que também é possível), ainda é bem pior...
    Aventuras daquelas já todos nós as tivemos em férias, em viagem, quando livres da rotina diária... (até mais intensas), mas não as partilhamos com mais ninguém, porque são íntimas, só a nós dizem respeito.
    O livro é um regresso nostálgico ao passado, uma tentativa de acerto de contas com a sua própria consciência, um acto de contrição. De que adianta se afinal a Cláudia já está morta.
    A crise dos 50, nos homens, tem destas coisas...!!

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  35. Como é que alguém se julga capaz (literalmente) de falar mal de MST ?

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  36. Equador.....Rio das Flores........NO teu Deserto.......
    Gostaria que fosse um livro por ano, pelo menos!

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  37. Eu também gostei muito de "Equador" e "Rio das Flores", Rosana! Deste, não... ainda que tivesse talento para escrever, nunca produziria semelhante "romance".

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  38. Acabei de ler o livro e achei vc na net. Compartilhei seu blog. Obrigada

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  39. li o livro num fim de dia. não vou fazer um comentário literário, porque desses já tem em numero suficiente. digo aquilo que nele mais me marcou. acho que foi um bonito tributo a uma pessoa que um dia, pelos vistos até hoje, foi importante na sua vida e a quem, por opção, não o disse em vida.Fê-lo agora e julgo que bem, só não concordo quando diz "ficam as contas saldadas", porque nunca ficam saldadas as contas de alguém que se amou e por sejam quais forem as razões, se deixou perder e abandonou. Mas é um bonito tributo que tenta minimizar o que já não é possivel resolver.
    Talvez pensar em algo a que a Claudia desse valor e dedicar o fruto destes livro a essa causa, seja a melhor forma de a homenagear...mas é so uma opinião.
    Oxalá algures, nessas estrelas, ela consiga "ler" o seu livro (dela).

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  40. Li-o num só dia. E vou voltar a lê-lo. Não, pela história que conta, mas pelas reflxões do autor. Apesar de não simpatizar com ele como pessoa, os seus livros mostram uma sensibilidade que, por razões que não importa esclarecer, ele procura dissimular. Gostei particularmente da sinceridade que revela em algumas passagens.
    Judite Monteiro

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  41. Quando morrer gostaria que, mesmo vinte anos depois alguém escrevesse sobre mim o que o MST escreveu sobre a Cláudia. Morreu um amigo meu muito próximo há pouco tempo e também gostaria de ser capaz de escrever sobre momentos que tivemos juntos com a mesma sensibilidade e ebeleza que o MST o faz. Nem todos sabemos escrever como ele, mas podemos sentir que se soubessemos aquelas palavras posiam ser nossas

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  42. Orlando Teixeira30 setembro, 2010 15:46

    "No teu deserto", li-o numa tarde, e é óptimo para ler à sombra de uma laranjeira perto de uma piscina, que foi como eu o li este verão.
    Gostava de ver a Claudia.
    Os livros continuam muito caros.

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  43. Olá a todos, desculpa estar incomodar..mas será que me podiam resumir as primeiras páginas pois parei na pág. 90 e não em lembro mto bem da viagem aaté ao deserto. Podiam ajudar-me? Pois tnh de apresentar o livro na escola..
    Obrigada e desculpem alguma coisa

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  44. Li hoje pela segunda vez e escrevi obrigado MST logo ali abaixo do poema de Pessoa. Depois do livro consegui reencontrar a minha claudia e isso merece o meu obrigado sentido a Deus e a MST. Obrigado

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  45. Só hoje à noite o li e gostei muito! O que "faltou" descrever tornou-o ainda mais interessante e ... encantador!

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  46. Este comentário foi removido pelo autor.

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