“Há quem queira mudar e há quem queira romper. Eu proponho-me unir”. A afirmação, em entrevista ao DN, é de José Pedro Aguiar-Branco, o quarto militante social-democrata a apresentar-se como candidato à presidência do PSD. E já se percebeu, a avaliar pelo número de vezes que a repetiu desde sexta-feira, que a vamos ouvir muitas vezes até 26 de Março, data das directas. Para o advogado do Porto, esta é a eleição do tudo ou nada: ou perde e abandona a liderança da bancada parlamentar, que ocupa desde Outubro passado, ou ganha e acumula funções”. Devido “ao momento crítico que o país atravessa”, explicou.
Aguiar-Branco e Paulo Rangel, ex-grandes amigos, anunciaram no mesmo dia, com o desconhecimento um do outro e com um intervalo de um par de horas, que serão adversários na corrida à liderança do partido. Aguiar quer unir, mas se puder sacudir Rangel (com a caução de Alexandre Relvas) tanto melhor. Ah, a união!
Recusando obviamente o convite, Rangel, que anda agora cheio de si, a brincar às poses-de-Estado, rompe, em primeiro lugar, com ele próprio. Afirmou ele, em entrevista a Judite de Sousa, em Setembro do ano passado: “Digo peremptoriamente que não estou nessa corrida. Fui eleito para o Parlamento Europeu há pouco mais de quatro meses. Não faria sentido que me candidatasse, deixando o PE. Os eleitores não compreenderiam isso, seria um mau sinal dado à democracia”. Ah, a palavra dada!
O outro, Pedro Passos Coelho, fabricadíssimo dos pés às pontas do cabelo, dos fatos à dicção, insiste na mudança, enquando segue, qual Obama tuga, em digressão pelo país com o seu manual, "Mudar".
O cheiro a poder é uma coisa extraordinária. Está para estes candidatos do PSD como o sangue para os vampiros. Infelizmente, nenhum deles fará deste país um lugar onde valha a pena viver.
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