Numa semana em que parece que o país inteiro se uniu para tramar José Sócrates, o PS, nervosinho, disfarça as preocupações com o desgaste da imagem do primeiro-ministro e encena uma união que cheira a esturro por todos os lados.
O procurador-geral da República e o presidente do Supremo Tribunal de Justiça insistem que não há, nas escutas entre Sócrates e Vara, indícios para abrir um processo crime. Em nome da estabilidade política, o presidente da República apela ao entendimento dos partidos para aprovarem o Orçamento do Estado - o documento será votado e aprovado amanhã, com a conivência do PSD e do CDS-PP -, o que significa que Cavaco Silva não quererá (ainda?) a queda do Governo. Além disso, a mais pequena fricção política nacional deixaria as agências de rating à beira do colapso nervoso. E o país num pântano.
Não deixa de ser irónico: o seguro de vida de José Sócrates é o periclitante estado financeiro do país, a necessidade de não alarmar os mercados internacionais. Se todos falarem baixinho e sorrirem de vez em quando, pode ser que ninguém dê conta.
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