São duas faces da mesma moeda, mas o PSD acha que pode separá-las. As jornadas parlamentares, que começam hoje em Espinho, pretendem solucionar os problemas do país, mas não a turbulência interna do partido. (Turbulência?! Que turbulência?!) Será uma reunião, no mínimo, curiosa. Os líderes das distritais do Porto e Lisboa exigem a antecipação de eleições directas. José Pedro Aguiar-Branco admite que Manuela Ferreira Leite já deu indicações que apontam para uma nova liderança - mas ele recusa assumir-se como candidato e ela parece recusar eleições antes de cessar o mandato; Marco António Costa diz que o PSD não poderá fazer oposição séria ao Governo nem surgir-lhe como alternativa enquanto continuar desorientado do ponto de vista político e a boicotar o seu trabalho diário no Parlamento, mas aparentemente só concorre em instâncias que só Deus conhecerá. Marcelo Rebelo de Sousa só concorre se não tiver concorrência. Pedro Passos Coelho continua à espera que soe o tiro de partida para uma corrida que ninguém sabe quando começa. Também ninguém sabe quem apoia quem.
Apesar desta reclamada urgência na substituição da líder, e apesar de ser claro para os dirigentes e militantes que não haverá credibilidade nas propostas de solução para os problemas do país sem estabilidade interna no partido, é nesse cenário de faz-de-conta que a família social-democrata irá estar reunida hoje e amanhã em Espinho - querendo parecer coesa e debaixo de um único guarda-chuva: a afirmação de Portugal. Pode o país acolher as propostas do PSD quando o PSD não se ouve a si próprio? É possível dissociar uma coisa e outra? Eles garantem que sim....
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