É sempre assim. Só no amor não há duas histórias iguais. Vendeste a alma ao diabo, entregaste a vida numa loja de penhores, começaste a morrer quando devias ter começado a viver. Menino velho. Por cada passo em frente, dás dez para trás. Mas dizes, e talvez acredites, que desta vez é que é de vez, que desta vez é que vai ser. E depois nunca é. Mas tu tentas. Ou tentas tentar. Tentas que tentem por ti, que tentem contigo. Que se viciem no vício de te salvar do vício, do teu. Mas se viciam, tu fraquejas. Sabes que o lado cruel do jogo é a força estar do lado de quem não a tem. Trapézio sem colo. Desculpas-te com isso. Um dó li ta. Estás cansado da dor do corpo, da dor que te faz doer até os fios de cabelo. Os olhos a arder, os teus. Como o resto todo. Cansado das insónias e dos pesadelos quando dormes, sempre pouco. Cansado de acordar e voltar a sentir tudo outra vez. A solidão, sempre. E voltas a fugir, a desistir. Um soneto. Coloreto. Continuas a morrer. Todos os dias, mais um bocadinho. A vida a escorregar-te. Há quanto tempo? Há demasiado tempo. A maioria recusa acreditar em ti. A maioria preferiu esquecer-se de ti. Ou talvez não, talvez seja só para não morrerem contigo. Para estarem cá quando sobreviveres. Um dia de cada vez. Quem está livre, livre está.
sexta-feira, outubro 30, 2009
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