
Pessoalmente, já não achei bonito que o Público tivesse dado quatro páginas a VPV para destilar veneno sobre MST. Não acharia nunca, fossem quais fossem os personagens, porque nunca gostei de circo - nem mesmo quando era pequenina. Nem de palhaços, nem nada. Mesmo. Também não achei particularmente bonito que o Público, de todas as opiniões que a blogosfera dedicou ao assunto, tenha, de forma extraordinariamente enviesada, escolhido os excertos que pareciam aniquilar MST. E agora, na Sábado, eis a cereja, nada bonita.
José Manuel Fernandes revela, sem qualquer pudor, o teor de telefonemas pessoais, desce ao pormenor das expressões (imagino-lhe a expressão e sinto náuseas), e revela, orgulhoso, como há tantos anos perseguia VPV, como estava disposto a fazer tudo para o recuperar enquanto cronista, como estava farto dos caprichos de MST, como nunca lhe perdoou ter que ter levado com ele, como encomendou a VPV a crítica com a liberdade sanguinária dos lambe-botas: escreve o que quiseres, quando e quanto te apetecer. Que vampiro recusaria semelhante proposta? E como, no fim, lhe moldou o título com espadas.
O Público foi um jornal de referência. Passado distante. A partir deste episódio, obviamente pouco ou nada importante, será fácil, ou pelo menos será tentador extrapolar para outros. Para aqueles que importam realmente. E a partir daí deduzir a curva descendente daquele que já foi o melhor jornal do país. VPV e MST podem continuar a insultar-se. Por mim, até podem comer-se vivos no Gambrinus em salvas de prata. O que me custa é que José Manuel Fernandes ainda não tenha percebido que já devia ter abandonado há muito tempo a poltrona de director.
Sem comentários:
Enviar um comentário